🧠 Desejo e Prazer na Beira do Abismo
O desejo que nos atrai para o perigo e o prazer que beira a ruína. A vertigem de se entregar à libertinagem e ao abismo da experiência extrema e transgressora.
✍️ Autor: André Nascimento Editado com base em neurociência, psicanálise e estudos sobre prazer e motivação humana.
11/1/20253 min ler


🌑 Introdução
O ser humano vive em constante tensão entre o que tem e o que deseja. O desejo é pendular — ele nunca repousa.
Quando alcançamos algo, a sensação de prazer logo se esvai, e um novo impulso surge, empurrando-nos para outro objeto. Esse movimento constante nos aproxima da beira de um abismo emocional, onde o prazer se mistura à ansiedade e o querer se torna prisão.
Mas o que a ciência e a psicanálise têm a dizer sobre isso? Por que desejamos sem parar — e por que o prazer parece nunca ser suficiente?
🧩 Títulos Alternativos
Desejo e Prazer: quando o objeto se torna ponte para outro desejo
O vazio do desejo: por que nunca nos satisfazemos totalmente
O abismo invisível entre desejo e realização
Do prazer à obsessão: o movimento eterno do querer
A promessa do novo: prazer, desejo e a busca infinita
🔍 Subtítulos / Estrutura
O que é o desejo — uma falta que move
Prazer e desejo: dois polos do mesmo pêndulo
O cérebro do prazer — dopamina e recompensa
“Liking” e “Wanting” — gostar não é o mesmo que desejar
O “objeto a” em Lacan — a causa invisível do querer
Biologia da gratificação imediata
O vício do novo — quando o prazer se torna vazio
A busca de sentido — conter o abismo
O poder do autoconhecimento
Conclusão e crítica
🧠 1. O que é o desejo — uma falta que move
Na psicanálise, o desejo nasce da falta. Freud definiu-o como força que sustenta o psiquismo; Lacan o chamou de “o desejo do Outro”.
Desejar é buscar o que sentimos que falta em nós, mesmo sem saber exatamente o que é. É o que nos move — mas também o que nos inquieta.
🔄 2. Prazer e desejo: dois polos do mesmo pêndulo
Enquanto o prazer é o instante da realização, o desejo é o impulso que antecede e sucede o prazer.
Ele se move como um pêndulo: vai, retorna, e nunca encontra repouso. Quando o prazer termina, nasce o tédio — e logo, um novo desejo.
🧬 3. O cérebro do prazer — dopamina e recompensa
A neurociência mostra que o sistema mesolímbico é o circuito responsável pela motivação e prazer.
A dopamina atua não como a “molécula da felicidade”, mas como o mensageiro da expectativa.
Ela é liberada antes da conquista — e não durante. Por isso, o desejo é mais excitante do que o próprio prazer.
📖 Fonte: PubMed – Mesolimbic Pathway
💡 4. “Liking” e “Wanting” — gostar não é o mesmo que desejar
Pesquisas da Universidade de Michigan distinguem “liking” (gostar) e “wanting” (querer).
Gostar é sentir prazer. Querer é buscar o prazer imaginado.
Muitas vezes, queremos algo apenas pelo impulso — e quando conseguimos, o prazer real é menor do que o esperado.
📖 Fonte: PubMed – Liking vs Wanting
🧩 5. O “objeto a” em Lacan — a causa invisível do querer
Para Lacan, o “objeto a” é o que causa o desejo, mas nunca se deixa capturar.
É o vazio em torno do qual giramos.
Mesmo quando obtemos o que queríamos, esse objeto simbólico se desloca — e o desejo recomeça.
📖 Fonte: Objet petit a – ResearchGate
⚡ 6. Biologia da gratificação imediata
A biologia confirma que prazeres rápidos (comida, consumo, sexo, redes sociais) ativam o mesmo circuito de recompensa do cérebro.
Mas, com o tempo, o estímulo perde força — e o cérebro precisa de mais intensidade para sentir o mesmo prazer.
É assim que nasce o ciclo da compulsão: quanto mais prazer buscamos, menos prazer sentimos.
🔁 7. O vício do novo — quando o prazer se torna vazio
O desejo mata o objeto. Assim que conquistamos o que queríamos, ele perde o brilho.
Essa fome de novidade é o que move o mercado, o consumo e até os relacionamentos.
Mas também é o que destrói a capacidade de apreciar o que já temos.
🌱 8. A busca de sentido — conter o abismo
Encontrar significado é a única forma de conter o ciclo do desejo.
Quem vive apenas de prazer busca estímulo; quem vive de propósito busca direção.
O equilíbrio nasce quando o prazer deixa de ser fuga e passa a ser consequência da coerência com quem somos.
🪞 9. O poder do autoconhecimento
Práticas de terapia, psicanálise e meditação ajudam a reconhecer o movimento interno do desejo.
Observar sem julgar é o primeiro passo para não ser arrastado pela onda.
O desejo não precisa ser negado — ele precisa ser compreendido.
🔚 10. Conclusão e Crítica
O desejo é o motor da vida, mas também o abismo em que muitos caem.
A consciência desse movimento nos dá poder: quando entendemos que o prazer é breve e o desejo é eterno, passamos a viver com menos ansiedade e mais presença.
Porém, é preciso reconhecer um limite importante — nem todos conseguem sustentar essa consciência sozinhos.
Vivemos em uma cultura de consumo que reforça o ciclo do desejo sem oferecer espaço para pausa, reflexão ou autocuidado.
Terapia, espiritualidade e educação emocional deveriam ser mais acessíveis, para que todos possam transformar o desejo em crescimento, não em culpa ou vazio.
Assim, compreender o desejo é também um ato social: entender como ele é manipulado, e resgatar o poder de decidir o que realmente vale a pena desejar.
🔗 Fontes de Pesquisa
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